Clara Maria Diniz Lima
Centro Universitário de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil
Lauren Braga
Centro Universitário de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil
Claiton Pires Ventura
Instituto de Criminalística, Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Cristiano Otávio Luciano Goulart
Instituto Médico Legal André Roquette, Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
RESUMO
Dietilenoglicol é uma substância química totalmente incolor, inodora e de sabor adocicado e é utilizada como intermediário químico nas indústrias, principalmente como solvente ou anticongelante. O dietilenoglicol foi apontado como agente responsável por intoxicações em massa desde os anos de 1930, em cerca de seis países. Quando usado erroneamente, pode resultar em efeitos adversos significativos à saúde, incluindo insuficiência renal e letalidade. As intoxicações não são comuns, porém, são notórias por ocorrerem de forma epidêmica e com alta mortalidade. Geralmente os casos acontecem pela adulteração, falsificação e substituição de substâncias não tóxicas pelo dietilenoglicol. Apesar do efeito inebriante, a substância é praticamente atóxica, sendo o grande problema a sua biotransformação, pois esta dá origem a metabólitos de elevada toxicidade, como o ácido diglicólico. O primeiro relato de intoxicação em massa conhecido ocorreu no ano de 1937 nos Estados Unidos da América (EUA). Este trágico evento gerou impacto nacional e levou o Congresso Norte-americano a aprovar a criação do Food and Drug Administration, agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos nos EUA. No presente estudo, foram descritas as diversas intoxicações que ocorreram ao longo dos últimos oitenta anos, com ênfase nos casos que ocorreram em Minas Gerais – Brasil no final do ano de 2019 e início de 2020.
PALAVRAS-CHAVE: Dietilenoglicol. Envenenamento por dietilenoglicol. Ácido diglicólico.
DOI : https://doi.org/10.51147/rcml055.2021