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V.6 | N.1 | 2021

INVESTIGAÇÃO NECROSCÓPICA DE CORPOS CARBONIZADOS – CONSIDERAÇÕES MÉDICO LEGAIS E A IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO PERICIAL

Leonardo Santos Bordoni
Instituto Médico Legal André Roquette, Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Tauer Jordani Gusmão do Couto
Instituto Médico Legal André Roquette, Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Ikare Marielle Braga Pereira
Instituto Médico Legal André Roquette, Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Gabriel Felipe Gonzaga Silveira
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Pedro Henrique Ribeiro da Cunha
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Aldeir José da Silva
Instituto Médico Legal André Roquette, Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Fernanda Rosa Silva
Instituto Médico Legal André Roquette, Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil
Fernando Carvalho dos Santos
Delegacia Regional Executiva, Polícia Federal, Belo Horizonte, MG, Brasil
Polyanna Helena Coelho Bordoni
Instituto Médico Legal André Roquette, Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil

RESUMO
Perícias em corpos carbonizados (CC) apresentam grandes dificuldades técnicas, pois a destruição de suas partes prejudica as análises morfológica e toxicológica, bem como dificulta a identificação. Neste artigo é apresentada uma autopsia forense de CC, com ênfase na integração entre os conhecimentos médico legais, toxicológicos e datiloscópicos, e são discutidas as limitações na interpretação dos achados periciais. O grau de destruição tecidual produzido pela ação térmica do presente caso era compatível com a classificação 2, pela escala de Crow-Glassman. A causa médica da morte permaneceu indeterminada pela ausência de elementos periciais que comprovassem exposição à ação térmica em vida. Foi detectada alcoolemia na concentração de 8,81 dg/L. Análises toxicológicas constataram cocaína no humor vítreo e na urina, éster metilecgonina no sangue e na urina e cocaetileno no humor vítreo e vísceras, indicando uso da cocaína associado ao etanol previamente à morte. A mão direita apresentava os dedos fletidos, o que preservou parcialmente uma das polpas digitais. As técnicas utilizadas no preparo de um pequeno fragmento epidérmico permitiram a obtenção adequada de um registro dactiloscópico viável para análise que identificou o corpo. O caso destaca a importância do trabalho integrado entre diversas áreas de conhecimento para a análise forense de CC, das circunstâncias de sua morte, e de sua identificação.

PALAVRAS-CHAVE: Carbonização. Identificação. Impressões digitais. Toxicologia forense. Medicina legal.


DOI: https://doi.org/10.51147/rcml047.2021


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